#PlayMonday (28/08/2017)

PlayMonday – Vigésimo quinto!

Hoje foi dia de um PlayMonday muito especial… Festejámos o segundo aniversário deste projecto fantástico para todos nós! 

Já contamos com 25 segundas-feiras, ou seja, 25 meses em que a nossa equipa se uniu para criar brincadeiras e transformar instantes na vida dos utentes que têm passado pela nossa Unidade.




















Desta vez construímos uma caixa brincante cheia de portas e a brincadeira consistia em conseguir acertar com bolas dentro da caixa. Duas bolas para várias tentativas! Após isso teriam que prémio/tarefa divertida.



O primeiro a brincar foi o Sr. J.E. e sem mais demoras conseguiu acertar logo à primeira. Como prémio teve que sorrir muito, o que foi fácil! 


A seguir foi o Sr. A.V. e após algumas tentativas e boa disposição acertou, e como prémio teve que bater palmas a ele próprio!



















A Sra. A.L. também mostrou muita destreza e no final a nossa Assistente Social Cátia ganhou um beijinho! 













Com um sorriso de orelha a orelha estava à nossa espera a Sra. C.M. que já estava a aquecer os braços e a pontaria, pois foi o seu primeiro PlayMonday! Depois de acertar, teve que contar até 10 ao mesmo tempo que sorria.




Foi a vez da Sra. A.C. tentar e a bola teimosa estava sempre a acertar nas paredes, até que fechou os olhos, concentrou-se e foi assim que conquistou o seu obejctivo. E o prémio foi dizer bom dia em alemão: Guten Morgen! Isto porque a nossa utente sabe algumas palavra em alemão!



Vamos a mais um grupo de jogadores, segue-se o Sr. M.V. que estava um pouco renitente à brincadeira mas depois de experimentar ficou mais receptivo, e o seu prémio foi ter que dar um aperto de mão no senhor que estava ao seu lado.













Quem estava desejoso de brincar e muito curioso foi o Sr. J.M., uma vez que se tratou também do seu primeiro PlayMonday, e com muito orgulho acertou em grande estilo nas portas da caixa brincante, um aplauso para ele!












A Sra. M.V. com ajuda da Psicóloga Raquel conseguiu encontrar as portas e acertar. O seu prémio foi contar um provérbio… depois de pensar disse: “Em Abril, águas mil!”









Quem também não quis deixar passar este dia sem brincar foram as nossas auxiliares, D. Gina e D. Perpétua, que para além de pontaria, tiveram como tarefa dançar e alegrar ainda mais os nossos utentes.





















Obrigada a toda a equipa!

          😊

Para inspirar...

To feel inspired...

Já conhece Olhar do Palhaço?

Do you already know Olhar do Palhaço?



© Julia Cristine dos Santos
 O palhaço é uma figura milenar que atravessa gerações. Existem relatos de sua manifestação na antiguidade, no Egipto e Grécia antigos. Sua origem é incorporada à origem dos bobos da corte. Ele é actuante nas mais variadas esferas: pequenas e grandiosas lonas de circo, teatros, palcos itinerantes e recentemente, asilos, campos de guerra, prisões e hospitais.


 Porém, ser palhaço é mais do que ter o rosto pintado, uma roupa extravagante e um nariz vermelho. O palhaço vivência experiências numa vasta gama de situações e sentimentos, estimula o artista à resolução de conflitos e a simplicidade de seu ser. Surge da essência do que é mais humano, da expansão de nossas identidades e ego. Ser palhaço é o conhecimento de nossa individualidade.

© Julia Cristine dos Santos
Por detrás do nariz vermelho, a menor máscara do mundo que menos esconde e mais revela, o palhaço é uma entidade fora dos eixos, um arquétipo social que surge para mostrar a falibilidade, a fragilidade e o risível existente na espécie humana. Eterno inapropriado expõe e parodia as qualidades que consideramos inadequadas à sociedade. Esta função existe desde a antiguidade, quando o bobo da corte podia falar todas as verdades ao rei, sem perder a cabeça.

Assim, enquanto de um lado temos a figura insensata do palhaço, do outro, temos o hospital onde a precisão é elemento de suma importância. Horários devem ser cumpridos à risca: visitas, medicação, procedimentos, banhos, etc. O maquinário presente não deixa esquecer onde estamos por um minuto se quer. Passos apressados dos médicos e enfermeiros surgem do inesperado. Enfim, dois universos contraditórios e separados.

E nesta disparidade que o palhaço do hospital trabalha, focando os aspectos saudáveis, as possibilidades que o mundo médico lhe oferece, subvertendo a realidade hospitalar e se apresentando como especialista de qualquer especialidade. Oferecendo à criança a oportunidade de dizer não num mundo onde não tem este direito. Ela não pode negar o medicamento, o tratamento, a doença. O palhaço não aponta os defeitos de ninguém, apenas deixa que os outros apontem a si, mostrando de uma maneira subtil e sincera, o que todo mundo tenta esconder e oferece ao paciente a oportunidade de “viajar para longe” no momento em que entra pela porta de seu quarto.

A visita dos artistas possibilita o deslocamento da rotina hospitalar do ponto de vista do paciente, permitindo que os estímulos aos aspectos saudáveis possam ser valorizados. A criança então tem total o controle da situação e pode inclusive dizer não ao palhaço. Apesar disto, o sim é mais frequente.

Nesta afirmação, o palhaço constrói em conjunto uma nova realidade baseada nas ideias e na criatividade da cena que surge na totalidade deste encontro.






Nascido deste pensamento, o projecto “Olhar do Palhaço” actua semanalmente nos corredores do Hospital São Paulo. Nossos artistas trabalham sempre em duplas em visitas que acontecem leito a leito, visando à qualidade de vida das crianças, familiares e profissionais dos hospitais.

Além do programa de humanização, “Olhar do Palhaço” promove o intercâmbio artístico e a fomentação da troca de experiências entre profissionais de arte e equipe multidisciplinar do hospital em actividades de pesquisa e produção de novos conhecimentos, métodos e acções de trabalho que possibilitem o aperfeiçoamento artístico na actuação dentro dos hospitais e demais áreas.

Nossos artistas possuem formação em diversas expressões artísticas: música, dança, teatro e essencialmente, a linguagem do palhaço. Por ser uma actividade profissional, dedica seu tempo em produção, encontros para discussão do trabalho do hospital. Sempre pensando na qualidade dos encontros durante suas visitas. Trabalhar esta linguagem exige muita dedicação, estudo e, por que não dizer, disposição.

Todo trabalho é mantido através de doações individuais, parcerias com empresas, palestras e cursos desenvolvidos pelo projecto, intervenções e apresentações em empresas e nossa loja virtual.” 
(Sílvio Messias e Dr. Lorenzo, idealizadores e coordenadores artísticos do projecto "Olhar do Palhaço")





Sílvio e Lorenzo, obrigada pelo texto e pelas fotos! 😊